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Foto do escritorBangtan Express

BTS em Portugal: 2019 em review


O ano está quase no fim mas não há dúvida de que 2019 foi um ano de crescimento para os BTS e ARMYs em Portugal. Desde mais álbuns e merchandise à venda a músicas nas rádios, vamos fazer uma caminhada pelo progresso que o nosso país e o fandom tiveram.


2019 começou bem logo em Janeiro, com a notícia de que os cinemas UCI iriam transmitir em vários ecrãs do país o filme-concerto “Love Yourself in Seoul”, onde ARMYs de Portugal puderam simular a presença num dos icónicos concertos do grupo nesta grande tour. Apesar do preço dos bilhetes ser pouco apelativo, os bilhetes praticamente esgotaram e estima-se que cerca de 3500 pessoas (do fandom e fora do fandom, há que realçar) assistiram ao filme. O mesmo se voltou a repetir em Agosto, com o documentário “Bring The Soul: The Movie”, só que desta vez, foi transmitido em mais salas de cinema de Norte a Sul do país. Já em Novembro de 2018, o documentário “Burn the Stage: The Movie” também teve estreia em Portugal, juntamente com uma grande (e muitas vezes, barulhenta) audiência.


Em Abril, chegou o tão esperado comeback. Após a longa espera desde o lançamento do álbum “Love Yourself: Answer” em Agosto de 2018, eis que “Map Of The Soul: Persona” chega em força com a música “Boy With Luv” (uma colaboração dos BTS com a cantora Halsey) como single principal. O álbum (ainda o único após o término da trilogia “Love Yourself”) chegou ao topo de vendas da FNAC e, em Novembro deste mesmo ano, numa clara demonstração de desagrado relativamente a um evento de prémios, atingiu o primeiro lugar no iTunes de Portugal, meses após o lançamento do mesmo. Já a música “Boy With Luv” conseguiu uma boa classificação ao entrar para o chart Top Hits de Portugal do Spotify e de se ter classificado em 14º lugar no Top 50 de singles em Portugal. O MV (music vídeo) que acompanha a música, grande recordista do Guiness World Records em termos de visualizações, conseguiu ficar em primeiro lugar nas tendências de Portugal no YouTube. O novo comeback e respetivo álbum foi igualmente mencionado na Sic Notícias, no segmento “Cartaz”.


O maior entrave continuam a ser os media. Raras são as menções aos BTS e ao trabalho que têm feito ao longo da sua carreira, ou relativamente ao seu crescimento em Portugal e no mundo. Os canais de televisão portugueses perderam a oportunidade de mencionar o discurso de RM (de nome real Kim Namjoon, o líder dos BTS) nas Nações Unidas relativamente à campanha que o grupo tem com a UNICEF, preferindo dar especial relevância ao facto de um bebé de poucos meses ter marcado presença na conferência (não que não seja digno de notícia). Outra polémica seguiu-se em Abril, com o controverso artigo publicado no jornal Expresso. A imagem dos BTS, utilizada como publicidade ao artigo que deveria falar em como o grupo está a quebrar barreiras culturais e linguísticas e a impulsionar o k-pop no mundo, levou muitas pessoas a comprarem um exemplar do jornal, apenas para ficarem desiludidas com o conteúdo que nem por uma vez tocou no nome do grupo ou dos sete rapazes que têm vindo a fazer História no mundo da música ao longo desta década, para além de um ou outro facto que não estava correto. Ora, todos concordamos que podia ter havido mais pesquisa sobre o assunto e uma publicidade que não levasse as pessoas (enganadas) a comprar em massa algo que, seguramente, não fariam intenções de comprar, mas o comportamento geral que se seguiu foi, no mínimo, vergonhoso. Desde a insultos com palavrões ao Expresso (jornal de grande importância que já anda no mundo ainda muitos de vocês não eram nascidos), a comentários de cariz odioso aos jornalistas, tudo compilado numa hashtag no Twitter, o artigo que inicialmente tinha boas intenções ao mencionar este género musical tão excomungado pela sociedade do nosso país, ficou manchado por uma atitude imatura por parte de pessoas cujo objetivo (teoricamente) é mostrar a Portugal que os fandoms de grupos como os BTS não são constituídos por miúdas novas e sem decência. O mesmo voltou a acontecer com a Sic Notícias e a RFM. Mostrar o nosso descontentamento não é mau. O que é mau é insultar e acusar estas grandes instituições de algo tão grave como xenofobia e racismo (se não sabem o que significa, a Wikipédia ajuda), só porque não cumprem com as vossas expectativas (especialmente se vocês fizerem o equivalente a pedirem à M80 que passe a “Señorita”. Obviamente que não vai passar). Portanto, se querem que os media falem mais sobre os BTS e o trabalho deles, comecem por não os insultar!


Numa nota mais positiva, relativamente às rádios do nosso país, o que antes parecia improvável, este ano tornou-se possível! A Rádio Radical tornou-se a rádio de eleição dos k-poppers de Portugal, em especial das ARMYs, pelo apoio constante aos BTS ao passar várias (e quando dizemos “várias”, não nos referimos a “várias vezes ao dia”) músicas do grupo, desde as mais antigas às mais recentes, sempre com uma nota positiva e vontade de agradar aos ouvintes. Contudo, há também que referir que a “Boy With Luv”, o grande hit dos BTS deste ano, foi igualmente transmitida (embora com menos frequência, mas ainda assim, presente) por rádios de grande audiência como a MegaHits, a CidadeFM e a Comercial. O mesmo aconteceu com a “Make It Right”, mas esta só foi transmitida na MegaHits. É de relembrar que algumas destas transmissões aconteceram devido a pedidos feitos pelas ARMYs do nosso país, mas convém salientar que a Comercial passou a música quando ela ainda se encontrava no chart Top Hits de Portugal do Spotify, de forma a que voltamos a insistir na importância do stream e de manter as músicas dos BTS neste chart para que possam ser transmitidas com mais frequência nas nossas rádios. É sabido que toda a gente entende a importância disto, mas também se sabe que ainda estamos um bocado (muito) preguiçosos nesse aspeto, não é, ARMYs?


A cadeia de lojas FNAC também constituiu uma das grandes e positivas mudanças neste ano. Para além de terem uma maior quantidade de álbuns dos BTS (e k-pop no geral) à venda em praticamente todas as lojas do país, começou a ver-se outro tipo de merchandise oficial a ser vendida, especialmente das simpáticas mascotes BT21, resultado da parceria dos BTS com a empresa LINE Friends. Um pequeno passo para nós, mas um grande passo para a FNAC e a relevância dos BTS no nosso país!


Num aparte, há também que salientar o progresso no trabalho das PT-ARMYs, em especial a fanbase BTS Portugal (@btsportugal no Twitter), que trouxeram uma novidade ao nosso pequeno fandom ao colocar um mupi (poster) de aniversário dos seis anos do grupo nas ruas! Envolveu muito trabalho e ajuda financeira por parte de todos, mas aqui se prova que, quando a vontade é grande, tudo se consegue.


E quando se fala em vontade e ajuda financeira, há outro aspeto de grande relevância no nosso fandom português. O ano de 2019 também marcou o ano em que a campanha “Love Myself”, uma parceria dos BTS com a UNICEF para acabar com a violência, fez o seu segundo aniversário. O Bangtan Express, em modo de comemoração, elaborou um pequeno vídeo onde se estima que, desde 2017, ARMYs de Portugal conseguiram angariar um total de, pelo menos, 200€ para apoiar esta campanha. Para quem está de fora, parece um valor baixo, mas convém relembrar que o fandom português é constituído maioritariamente por jovens, grande parte deles menores de idade. Qualquer ajuda conta para melhorar a vida e o futuro de crianças de todo o mundo e tenho a certeza que a UNICEF agradece cada cêntimo doado. Um gesto bonito por parte das PT-ARMYs, que merece reconhecimento.


Foi um ano de altos e baixos e a expectativa de ter um concerto dos BTS em Portugal continua a ser um sonho longínquo, mas há que reconhecer que houve um crescimento exponencial. Temos que agradecer a todas as fanbases por serem incansáveis e por todo o trabalho que têm em manter as pessoas informadas em detalhe sobre o que está a acontecer no universo Bangtan. Apesar das PT-ARMYs ainda estarem um pouco adormecidas no que toca a apoiar-vos e aos vossos projetos, não desistam do que já alcançaram e daquilo que gostam de fazer. Por tudo isto e muito mais, estamos-vos agradecidos.


Agora que foi conhecida a retrospetiva dos BTS em Portugal em 2019, lançamos o desafio: segundo a Associação Fonográfica Portuguesa, para ser atribuído um certificado de ouro a um disco em Portugal, este tem de ter vendido 7500 unidades. Será que têm vontade suficiente para alcançar esta meta em 2020?


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